terça-feira, 14 de julho de 2009

Acção de Formação “Apontamentos Para a História do Cinema no Funchal (1897 – 1930) ”

O grupo de História da Escola da Torre, bem como, um elemento do grupo de História e Geografia de Portugal, com a preocupação de aumentar o seu conhecimento sobre a História da Madeira participou nos dias 6, 7, e 10 de Julho numa acção de formação subordinada ao tema “Apontamentos Para a História do Cinema no Funchal (1897 – 1930) na Sala de Sessões da Escola E. B. 2/3 da Torre.
Com o objectivo de dar a conhecer um pouco melhor a História da Madeira, a professora Ana Paula Almeida, dinamizaram esta acção de formação. Nesta acção os formandos puderam ficar a conhecer um pouco da História do Cinema em geral e da História do Cinema na Madeira em particular. Foram visualizados excertos de filmes antigos produzidos na Madeira por madeirenses e por “cineastas” estrangeiros, que suscitaram grande curiosidade aos formandos. Feita a avaliação da acção, esta iniciativa foi considerada interessante e importante para a formação pessoal de cada um e para aplicar no espaço de sala de aula.
A Delegada do Grupo de História
Isabel Galeano

História do cinema

A primeira apresentação cinematográfica no Funchal distou apenas ano e meio da de Paris, o que não é estranho dada a existência de uma grande comunidade estrangeira, principalmente inglesa, com posses e cultura, residente, pontual ou permanentemente, na Ilha. O curioso é que foram dois proprietários locais, os Irmãos Rodrigues, que a impulsionaram, mandando vir de Paris um animatógrafo e uma colecção de filmes.
Desde o início os funchalenses aderiram ao cinematógrafo, fazendo deste uma das ocupações predilectas dos seus momentos de ócio. Era procurado por todos os grupos sociais, embora certas sessões fossem dedicadas a um grupo específico criando as récitas da moda e as récitas populares. Não raras vezes, as sessões eram a baixos preços para que a classe operária pudesse assistir a este divertimento.

No começo do século XX proliferaram as salas de espectáculos, além do Teatro D. Maria Pia, a primeira sala destinada ao animatógrafo, no Funchal, foi o Pavilhão Grande, na Praça da Rainha, ainda do século XIX. Seguiram-se o barracão Águia D’ Ouro, o Pavilhão Paris, o Salão Ideal, o Salão Central, o Salão Variedades e o Teatro-Circo. Houve, também, sessões de animatógrafo em hotéis, como no Hotel Monte Palace e no Casino Victória; em associações, é exemplo o Patronato de S. Pedro; e ao ar livre, principalmente no Jardim Municipal e noutros locais, como foi o parque do actual Museu das Cruzes, cujo edifício principal servia então de hotel.

A existência de várias salas de cinema gerou uma forte concorrência entre elas. A competição fez com que as sessões fossem “abrilhantadas” com prémios, bombons para as crianças e música. Estes atractivos estavam associados ao carácter de entretenimento do cinema.

É muito agradável verificar que na Madeira, numa época de poucas iniciativas e recursos, principalmente tecnológicos, surgiram espíritos mais audazes que fomentaram a produção cinematográfica regional. João dos Reis Gomes, Francisco Bento de Gouveia e Manuel Luiz Vieira foram os seus principais impulsionadores. Criaram-se empresas cinematográficas, fizeram-se filmes documentais, promocionais e de ficção, alguns deles bem arrojados para a época, como O Fauno das Montanhas. Além dos locais, houve estrangeiros que filmaram na/ a Ilha.

INSTALAÇÃO PARA EXIBIÇÃO DE CINEMA NO JARDIM MUNICIPAL (cerca de 1920)
Fonte: www.madeiraarchipelago.com